Oh vida, a quanto obrigas!

 

Ando aqui com uma ideia a respeito das ideias das outras pessoas…

 O que me foi dado a entender, a mim que andei abstraído das lides sociais por algum tempo, é que atualmente, para mal dos pecados de todos os pecadores pecaminosos, não há um bípede que seja, que não pense que ter ideias é um direito universal inquestionável! O que até não é 100% inexato…

Agora achar, que as ideias de um qualquer bípede, cuja particularidade se deve ao exercício cardiorrespiratório ininterrupto por uma data de anos indefinidos, têm a mesmíssima validade das ideias de bípedes que, embora saibam também oxigenar o seu sangue de forma subconsciente e automatizada, mas que além disso, apontaram a sua vida inteira, todo o seu tempo e energia, em certos casos abdicando da família, do conforto, e no limite, por defenderem ideias híper controversas, colocando em risco a sua própria vida, afim de corroborarem as suas ideias a respeito de um determinado tópico, área de especialidade, assunto ou matéria, com factos, cálculos, sustentação empírica e teórica, ora isso é que não!

Aceito ouvir um senhor que na passadeira, enquanto o semáforo não vira, disserta alegremente a respeito do que pensa ou acha sobre um qualquer assunto, ou problemática que afete à generalidade da população bípede da sua área de residência, aceito mesmo! Não tenho qualquer problema em estar sentado numa sala de espera para receber o resultado de um exame proctológico, enquanto ouço uma senhora a falar sobre o que ela pensa ser o melhor para o destino da humanidade, até me ajuda na abstração do trauma de ter estado de quatro para aferirem ao meu estado de saúde, ou seja, até é bom!

Agora, ter esses ideólogos de caderno de 2 linhas a projetarem e profetizarem o que de acordo com a sua ideia será o futuro da humanidade, que atualmente caminha neste esférico azul, como se soubessem sequer minimamente o que está em questão, isso é que já me faz refletir um pouco melhor sobre o assunto em causa. Sendo o assunto, esta particularidade atual onde é importante ouvir as opiniões e ideias de todos os seres que, por esta ou aquela razão, conseguiram dominar o código fonético para poderem trocar as suas “ideias” com outros seres pensantes que de igual modo fizeram o exame para o “inspira, expira, repete” e passaram, embora com dificuldade, pois na parte do inspira tudo muito bem, mas no expira, há uma parte que lhes sai pelas cavidades superiores e outra pelas inferiores, ainda assim, com a repetição, vão aperfeiçoando e ainda cá andam, simplesmente porque o metano que o corpo humano produz, não é (ainda) suficientemente letal para tornar a seleção natural da espécie mais eficaz ao mesmo tempo que indolor.

Dito isto, qualquer um pode ter ideias, repito:

Dito isto, qualquer um pode ter ideias…

Já esperar que essas ideias que se teve enquanto se privou o cérebro de oxigénio por ter estado a expelir atrocidades aleatórias esquecendo a regra do “inspira, expira, repete” ora isso é que não pode ser…

Não temos, como nunca tivemos, de ser especialistas de todos os assuntos que nos enfardam naquilo a que insistimos apelidar de meios noticiosos, é que não temos, mesmo! Não somos obrigados a difundir a nossa maneira individual de pensar, podemos fazê-lo, mas não somos obrigados, não somos menores pessoas, não somos piores pessoas, mas sobretudo, não seremos nunca melhores pessoas se o fizermos por dá cá aquela palha…

Com isto dizer que, se hoje em dia houvesse censura, existiria um vox pop num canal de tv a perguntar às pessoas sobre a sua opinião:

“Então bom dia, o senhor, acha que devia haver censura?”

“Ah, bom, mmmmmmh, eu acho, que …. Huuuuuhh… sabendo o que sabemos do passado a respeito do que se disse sobre o que foi e tendo em conta, a forma como as coisas estão hoje em dia, talvez não fosse pior, só para as pessoas, mmmmmmmh, perceberem o que é que é isso, não é? De sem surra, assim, efetivamente, uma surra, sem ela, uma semsurra, realmente é dura!”

“Muito obrigado! E a senhora?”

“Ah, o meu marido não me deixa falar, que ele já me avisou, que se eu digo alguma coisa, ainda levo por cima! Sabe como é…. É lá a ideia dele, não se lhe pode dizer nada! Pois… E mesmo tendo dito só isto, quem sabe, hoje se calha já não me fico a rir, fico com surra, percebe? Com surra, em vez de sem surra!”

“Muito obrigado pelas vossas respostas, voltamos a estúdio”  


Comentários

  1. Surgiu-me a ideia de que devo partilhar consigo o efeito de satisfação que esta sua publicação surtiu em mim. Por outras palavras: Lol!

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  2. Ora é isso que se quer ... Muito engrandecido!

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Sendo muito honesto, obrigadinhos!