O super poder!
Um claríssimo clamor ao renascimento do herói que habita em todos, tentando instaurar o novo, novo, que em breve seria o velho novo, que substituiria o novo velho novo antigo, pelo antigo velho novo novo.
Ahh… ser herói, quiçá até de modo
ilícito, sabendo-me altruísta, unicamente pela justiça moral do meu propósito,
justificando qualquer ato ou ideia, por mais questionável que seja! Como daquela
vez em que o Toy conduziu, só de joelho, inspirando Elon Musk a criar automóveis
autómatos a preços acessíveis, dando solução a este drama de poder conduzir a 240
km/h, fazer portos tónicos e improvisar um cover em estilo lambada, do hit da
Rosinha, “Fica sempre no Coador”.
Hoje, para se chegar ao panteão, infelizmente,
confundir um crustáceo com um legume seco, não é a bitola, agora os padrões
estão tão baixos que pertencer a uma elite digital, dá entradas para, na
presença de entidades de legado e brilho eterno como Manuel de Arriaga ou
Sophia de Mello Breyner, camuflar o som de um flato com o pigarrear de garganta.
Ahhh… as vulgares virtudes cardinais e outras
tantas teologais não bastam para se ser herói, não! É fulcral também dominar a
arte de publicitar um consultório de implantologia, defender a causa vegan, ser
um router sem senha, aberto a defender toda e qualquer boçalidade bizarra, em
nome de uma alegada liberdade individual e amor próprio, que ninguém sabe muito
bem definir e ainda, se possível, transacionar bitcoin e fazer anúncios
televisivos condescendentes sobre o que vai ser a vida no futuro. Isto tudo
para se poder ser um herói, mas um herói com cuecas push-up que faz
infiltrações labiais para um look mais natural, ascendendo ao panteão de
plástico que todos ajudamos a construir.
Citando a porta da retrete da
casa de banho da minha alma mater;
“Lá fora, com os teus amigos, és
um herói, mas aqui dentro, sozinho, cagas-te todo!”
Este aforismo que apela ao
confronto entre a imagem que um individuo projeta quando observado, em
contraste com a realidade do indivíduo a sós é tão rico e também tão atual…
Antes, os heróis podiam ser
heróis, simplesmente por pensarem o que pensavam, desde que o pensassem e
depois agissem sobre isso, sem nunca temer o martírio por seguirem firmes a sua
crença, não como hoje que um herói só age para receber mais um patrocínio de
uma marca de roupa associada a movimentos de estrema direita, ou cremes à base
de raiz de rábano para o tratamento de estrias.
Ahhhhh… o antigo novo velho,
tempos brilhantes, onde um herói que tivesse algo a dizer, não se deixava levar
pela hipocrisia influenciadora, fazendo o que tinha de ser feito! E dando-se o caso
de algo ser erradamente interpretado, assumia prontamente os seus erros,
seguindo depois para rebentar a beiça de quem, por vias pouco higiénicas,
tentava capitalizar de uma descontextualização, para ter mais visualizações, devassando
infinitamente o herói e criando parangonas clickbait, trazendo a praça pública,
não questões, que servem só para confundir os comuns mortais que todos os anos
sonham com a evasão fiscal, mesmo não possuindo sete palmos de terra onde jazer!
Pois é, caloiros da CEE e sem heróis! Que despautério, resta-nos a certeza de que não, não eramos os únicos, ah não eramos os únicos, não eramos os únicos, com esta problemática em 1987, em outros lugares, especificamente no Brasil, um ano depois dizia ao mundo Cazuza; “Meus heróis morreram de overdose yeeee, meus inimigos, estão no poder! Ideologia, eu quero uma para viver!!”
O que confirma, antes drogado, que digital influencer, sendo importante referir que já dizia o saudoso Zé Mário;“Um herói, à mesura da sua estatura, vai sempre à procura onde ‘inda ninguém foi.” Pois sejamos francos, “Caso venha a ser preciso arriscar qualquer coisinha na operação, Um herói no seu juízo, leva sempre uma pilinha em cada mão!”
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Sendo muito honesto, obrigadinhos!