Deprimência de dias felizes.

Na infrutífera esperança de que os dias passem só um pouco mais rápido. Não existe nada além do amanhã, mas entristece-me a ideia de que, para além de hoje, exista muito pouco. Só queria aquele conforto que eu não sei qual é por nunca o ter conhecido, só queria aquele carinho que eu não reconheço, por nunca o ter degustado! Queria uma prova de que existe algo além daquilo que meu cérebro desmonta em peças que me agridem sempre que eu o faço. Quero o amor fraterno de pai e mãe! Sou eu, vosso filho, chamo-vos com delicadeza para não ter, novamente de vos ferir os ouvidos! Sou só eu, “aquilo” que geraram!

Os corpos já se perdem por entre um cosmos que não reconhecem. Quem conhece o quê, questiono-me e indigno-me. Nada se parece com nada e tudo parece meio confuso. Apesar de meio ser medido, sinto que me meço por outros meios que não os, suficientemente, medianos, para ser bem aceite na média!
Sou uma curva exponencial, aprendo a voar e no meu primeiro voo mostro que é inexistente a necessidade de aterrar! Não sei onde sequer se deve aterrar nave assim. Parece-me, daqui onde me encontro, que o sol seria o melhor lugar para guardar tudo, guardar tudo o que fui amealhando com a esperança de dias piores, sim, porque com toda esta veemência só pode ser uma esperança e não uma obrigação! Vivo a vida em função de não ter como viver a vida!
Sou um reformado letárgico enfiado em medicamentos, endorfinas e encontros com jovens que dizem saber o que eu tenho, eu tenho mais é idade, aquela de que tanto falam, a dita do juízo!
As palavras e onde o tempo me leva transferem-me de um, para outro lugar. São somente palavras, mas sou levado a acreditar em mais nada. A par disso o meu coração bate como palavras não descobrem. Palavras são ferramentas, os martelos e pregos de mentes em construção.

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