Palavras...

As palavras estão vãs, caiu-lhes o gosto, o sabor. De sua força restam apenas memórias, de suas qualidades, apenas ditos e não ditos de pessoas que as escutaram, que as leram. Agora só existem…
Não são nem mais, nem menos, são só palavras. Remetidas ao lugar que inicialmente tinham, são agora substituídas por silêncios secos e afiados. Aquelas palavras que se deixaram de ouvir, deixam agora saudades. Só o espinhoso silvo silencioso se faz sentir nas veias de quem sente. Tudo se empalidece nesse silêncio, sensações, emoções, o rubor outrora fogoso deixa-se cair por terra numa brancura mascavada de negro, de vazio.
As palavras já não saem, nem tão pouco se soltam, elas empurram-se umas ás outras na tentativa de se fazerem notar, mas não adianta, sua missão terá terminado e nem mesmo que muito esforço imprimam no papel que as guarda no tempo, elas conseguirão a paixão de outros tempos.
Soltei ultimas palavras que por azar caíram no vazio, ultimas palavras que por má sorte se foram escapar para lugares que não deviam. Por azar, tudo por azar. Assaz, a dor quer fazer-se sentir, aplaca o amor e solta-se numa desgarrada febril por entre paginas e paginas de palavras ardentemente apaixonadas… Pouco e pouco, tudo se esvai de vazio, tudo volta ao que nunca foi, ao que nunca quis ser. Só as palavras é que não voltam a si! Só elas parecem perdidas de si mesmas, tentando desenfreadamente encontrar a paixão que as movia…

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Sendo muito honesto, obrigadinhos!