Olhas meus lábios.

Regozijo o meu ser com teus gestos e canduras. É óptimo quando te afiguras bela, ou seja, sempre! Os teus olhos aquecem-me, liberam um sorriso meu, um sorriso nosso! Fico brandamente etéreo, sinto-me vaguear pelo teu coração e é lá que me sinto verdadeiramente em casa. O teu sorriso congela-me qualquer espécie de nervosismo. Sinto-me crédulo, sinto-me confiante, sinto-me um eu que esqueci já faz tempo. Sempre te falei que percorro o teu rosto com meu olhar, mas na verdade é falso, a beleza do teu semblante é que me atropela sempre que frente a mim se mostra. Fico frágil, cristalizado e é aí, nesse momento em que me quebras por inteiro que me vês verdadeiramente, é nesse momento que sou eu!
E eu olho e falo, sinto e imagino. Sinto-me pleno, em busca de todos os algos a que consigo estender a mão, afim de te tentar ter mais em mim, de te degustar mais uns instantes. Estou em ti, talvez por isso me sinta tão complacente com teus defeitos, talvez por isso me sinta tão em casa, tão eu!
Olho os teus olhos novamente, eles levam-me embora. Guardam-me numa pequena caixa onde me admiram com um ar tão seu, tão honesto e pueril! E eu ali permaneço, embevecido pela forma como me olhas e me tentas entender. Não passa muito tempo, até que entendes que não é preciso muito para me compreenderes como pessoa, sou um pouco de ti, ou então, de mim faz parte um pouco de ti… é confuso, é uma mescla muito interligada que nos descreve, que nos difere. Por vezes parece-me que somos diferentes por sermos tão semelhantes.
E fico aqui, sozinho num quarto teu, olhando-te em tudo o que me rodeia. Falta-me a vontade de ir embora, falta-me o desejo de me desprender desta nova parte de mim!
Apaixono-me por tudo em ti e fico assim, longe…

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Sendo muito honesto, obrigadinhos!