Aclama Acção!





Retorquir, responder, revidar, retaliar, pegar em tudo e resistir, sonegar o paradoxo e lutar no sonho! Sonhar que se luta, só se luta, não existe vitoria, empate ou derrota, só resposta e insistência, liberdade e execução desse poder.
Perplexo, vagueio no espaço, imagino que o percorro, que o sinto, sonho que eu sou o espaço e que nele vingo, dia após dia, luta após luta, eu vingo nesse espaço.
Desconheço o que o espaço significa, ou, a que algo ele corresponde, só o vagueio e transformo. Experimento nele a vida e o que ela simboliza, procuro resposta e no retorno dessa busca só amealho mais perguntas. Só me apercebo que esse espaço, vazio e infinito vácuo, que a nossa imaginação não concebe, me move, me faz procurar resposta, tal e qual jogo infinito, que não arrecada vencedor.
Sou um “viajante”, um ocultador daquilo que se mostra a mim com lucidez e sagacidade, daquilo que para mim faz sentido, mas que na explanação para “o” outro, perde força, consistência e sentido. Viajo e tenho encontros, ao encontrar-me percebo que buscar-me-ei sempre, e para sempre! Quem sou eu, questiono e indago, e repito, em tom de questão ou indagação, seja qual for a diferença entre essas palavras, procurando solução. Experimento todas as formas, todos os jeitos, todos os percursos, tento… repito-me na tentativa, permaneço na tentativa, esbanjo experiência dela, de “tentativa”!
Aquilo que aclama acção, é a sensação de infinito e a percepção de que nesse infinito, a epifania me bafeja com uma brisa que estonteia de tão real, pura e eficaz. Essa brisa, que me consome e faz viajar, leva-me lá, ao paraíso da pueril simplicidade, do momento em que não questiono e paro para, “a tomada de consciência”. Sinto que na inconsciência, me demovo um pouco de, desenfreadamente, procurar um frémito de vida que me faça sentir vivo e aí, nesse instante, vivo simplesmente, acordo para a realidade e aprecio a experiência que ao meu lado se planta e dia após dia, cresce e cresce e brota e jorra e se espalha, por todo o espaço que ocupo e sou.
Consciencializo-me de que sou inconsciente, sempre que me nego ao acordar, sem antes visualizar o local onde estou. Apercebo-me de que vivi um pouco do sonho e que acordei, só o suficiente para me aperceber que posso continuar sonhando. Fecho os olhos, descanso-me novamente sobre mim mesmo e tiro partido desta minha, nossa, capacidade de nos ressurgirmos deste pesadelo que pensamos ser o caminho até ao sonho. O final, é só a passagem para o outro lado deste mesmo “jogo infinito, que não arrecada vencedor”.
A resposta está no respirar, respiro e no respirar, inalo um enorme fôlego de harmonia, felicidade e bem-estar. Somos só o que desejamos ser, quando nos permitimos a ser, quem queremos ser!

Em homenagem a noites inteligentes e humildes…

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