Mas e o Malaquias?



Outro dia se passou… e outro, outro ainda. Os dias passaram, Malaquias agora, já afoito e com desejo, questiona-se:
- Ora, tu queres ver que este caralho… ai… será?
Sempre no seu estilo muito próprio de pedagogo de “pé de chinela”, ele questiona-se. É verdade, toda a gente percebeu, toda a gente entendeu onde ele queria chegar, a sua mensagem ter-se-ia espalhado, teria até chegado aos ouvidos de certo funcionário de um patrão que por sua vez se intrigara com o cariz revolucionário da pergunta. Esse empregado, impregnado pela mística que toda a revolução traz, decide inquirir o patronato:
- Tão, oh chefe, você “tá” a ver isto?
O patrão, homem acostumado á pressão resultante de uma luta de classes, apressa-se a acalmar o seu fiel funcionário, que ainda três dias antes lhe tinha ofertado um cigarro, ali… ali no terraço do escritório, onde o frio aperta e só os “comensais” aquecidos já pela experiência de outros voos se reúnem.
- Ó Zacarias, tem lá calma, não venhas tu também para aqui com um socialismo delicado, muito próprio daqueles que por mais de duas vezes se venderam já, ao mercantilismo Leste Europeu que nada trás, senão grandes carradas de guronsan na manhã seguinte.

Foi aí, nesse momento que vai do choro ao soco que Zacarias, o operário do povo responde:
- Ai é assim? Então caralho, deixe para lá, eu depois falo com a sua mulher (senhora acostumada a determinados moldes de conversa que o patrão de Zacarias não poderia ofertar-lhe)
Tudo acalmou, ficou tudo com uma calma tão grande, que mesmo estando do outro lado do prédio, só se conseguia ouvir a conversa entre Zacarias e a mulher do patrão, uma conversa quase toda ela composta por interjeições.

Comentários

  1. ora Fodasse!!!
    ta mt bem.
    gostei desta.
    pumbas. toma la com interjeições...oooohhhh... mulher do patrão!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Sendo muito honesto, obrigadinhos!